segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Relatório da Visita de Estudo a Lipor


Relatório da Visita de Estudo – Lipor I e Lipor II

 

 
Introdução:

No dia 27 de Novembro de 2013, a turma Técnico de Gestão do Ambiente da escola Básica e Secundária de Celorico de Basto, no ano letivo 2013/2014 realizaram uma visita de estudo à Lipor I e Lipor II no âmbito da disciplina de Projetos em Ambiente e Conservação da Natureza, acompanhados pelas professoras Rosa Pinto, Isabel Nunes e Carla Nunes.

Esta visita de estudo teve como principais objetivos, Conhecer o plano nacional para os RSU; Compreender os principais processos de eliminação de resíduos sólidos; Comparar os diversos tipos de resíduos com os tipos de tratamento; operar e gerir uma estação; Compreender e identificar sistemas de tratamento específicos de resíduos perigosos; Selecionar e interpretar a legislação existente; Interpretar e planificar um sistema de gestão de resíduos sólidos; Compreender a Compostagem como parte de uma estratégia integrada de gestão de resíduos; Conhecer o processo de compostagem industrial; Interpretar o processo de compostagem doméstica; Identificar os subprodutos passiveis de serem utilizados em compostagem; Compreender o processo de fermentação aeróbia e anaeróbia; Compreender a importância da relação C/N no processo fermentativo.

            A LIPOR – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto é a entidade responsável pela gestão, valorização e tratamento dos Resíduos Sólidos Urbanos produzidos pelos oito municípios que a integram: Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde.

Constituída como Associação de Municípios em 1982, a Lipor tem vindo a implementar uma gestão integrada de resíduos, recuperando, ampliando e construindo infra-estruturas, complementadas com campanhas de sensibilização junto da população.

Sabe-se que o aumento exponencial da população humana, sofrido nas últimas décadas, tem conduzido a um consumo intensivo dos recursos, a uma maior produção de resíduos e a uma degradação das condições ambientais. Assim, é fundamental inverter esta situação, sem, contudo, impedir o que desenvolvimento seja feito de forma sustentável, de modo a permitir a qualidade de vida das futuras gerações.

É necessário poupar os vários recursos que a Terra dispõe sabendo que estes esgotam-se se o seu consumo for superior ao da sua renovação. Para uma melhor qualidade de vida das pessoas e preservação do nosso planeta, cada cidadão deve contribuir para melhorar a qualidade ambiental, praticando um desenvolvimento sustentável na gestão de resíduos através da reutilização, reciclagem, redução e renovação evitando assim o desperdício de resíduos. Para isso, é necessário um conjunto de operações de recolha, transporte, armazenagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos, incluindo a monitorização dos locais de descarga.

Em Portugal, a gestão dos RSU ate finais do século XIX, baseava-se na simples recolha diferenciada e a sua deposição em ligeiras. Em 1997 foi definido o plano estratégico para a gestão de resíduos sólidos urbanos- PERSU, a partir dessa altura as ligeiras foram encerradas ou convertidas em aterros e iniciou-se a recolha seletiva.

 
A aprovação, em 2005, no plano de intervenção de resíduos sólidos urbanos e equiparados implicou a necessidade de todos os resíduos serem sujeitos a operações e valorização e tratamento antes da deposição. O plano define que os aterros se destinam, progressivamente, aos resíduos que não podem ser sujeitos a operações de tratamento.

 
Atividades Desenvolvidas:

A turma pelas 08:00h da manha deslocou-se até ao Porto, de autocarro, chegou à Lipor I pelas 09:30horas para realizarem a visita guiada.
 
 

Em seguida a turma dirigiu-se para uma sala onde o guia nos deu uma palestra sobre as funcionalidades da Lipor I (centro de triagem). Começou por nos dizer o que se consegue separar e o que não se consegue, em seguida, mostrou-nos um pequeno vídeo sobre as instalações e o funcionamento da Lipor I, onde reparamos que a Lipor produz de lixo por ano mais o menos 5000.

Informou-nos que todos os resíduos que a Lipor I não separa são encaminhados para a Lipor II onde é queimado e transformado em energia.

 

Em seguida depois de toda a explicação dada fomos em direção para a instalação, onde começamos por observar o locar onde todos os resíduos eram depositados dos vários municípios.



Esses mesmos resíduos são transportados por um tapete rolante e vão direcionados para a linha de separação. A linha de separação consiste em separar os vários tipos de plásticos existentes (PEAD; Plásticos Mistos; ECAL; PET) e ainda os rejeitados volumosos (são encaminhados para a Lipor II). Os resíduos transportados também tem metais (ferrosos e alumínio), que são apanhados por um enorme íman, os ferrosos vão para a máquina que prensa e tem como destino final ás entidades próprias do material. E os metais (alumínio) vão para uma linha de separação.

 
 
 
 
 
 
 

Depois de observar todo esse processo, dirigimo-nos para uma sala para observarmos como é que os operadores de triagem separavam os resíduos. Esses operadores de triagem eram obrigados a usar luvas de proteção, botas de proteção, fato-macaco, óculos de proteção e auriculares de proteção.

 
Prosseguimos à visualização do destino final dos vários resíduos prensados para serem transportados para a reciclagem.
 
Em seguida fomos reencaminhados para uma nova guia (Emília), onde tivemos oportunidade de ver a biodiversidade envolvente à Lipor I e em seguida visualizamos o espelho de água que serve de arrefecimento para os túneis (18) para a compostagem. A temperatura tem de ser mais ou menos 75º porque se for superior mata os micróbios lá inseridos.
 
 
 

Também tivemos oportunidade de ver o processo da compostagem que tem como objetivo minimizar a quantidade de resíduos depositados em aterro, em especial a fração valorizável, evitando ou reduzindo os potenciais efeitos negativos sobre o ambiente e os riscos para a saúde pública, a LIPOR I desenvolveu um sistema de gestão integrada de resíduos sólidos que incorpora: Centro de Triagem de Materiais; Central de Valorização Energética; Central de Valorização Orgânica e um Aterro Sanitário Intermunicipal.

A Compostagem também tem 7 etapas nas quais são: Receção; Tratamento Mecânico, Primário e Secundário; Alimentação e descarga dos Túneis; Compostagem; Afinação; Maturação; Armazenamento, Ensacagem e Peletização.
De seguida dirigimo-nos para uma sala de controlo onde visualizamos todo o processo da Compostagem industrial e o seu funcionamento
 
 

Com isso tudo do processo da Compostagem instalado na Lipor vimos o produto final- Composto.

 

Para finalizar a visita da Lipor I acabamos com uma fotografia de grupo.

 

Dirigimos para o autocarro e fomos almoção ao Mar shopping. Por volta das 14h:25 chegamos à Lipor II (Funciona desde 2000), onde fomos recebidos no Auditório pela Dra. Catarina Ribeiro que nos apresentou de forma simples e concisa todo o processo de recolha, tratamento e valorização energética dos resíduos sólidos urbanos, da região do Grande Porto. Após este primeiro contacto com o processo de produção de energia elétrica, tivemos a oportunidade de ouvir a explicação de todas as fases deste procedimento tais como fossa de receção, forno, caldeira, turbinas e alternador, fossa de escórias e finalmente o aterro.
 
 

Na Lipor queima-se os resíduos, aproveitando-se do calor (energia calorífica) dando valor aos resíduos (valorização energética).

A Central trabalha 24horas sobre 24horas, 7 dias por semana, produzindo cerca de 3800-4000mil/kg por ano. Durante a noite funciona uma equipa de 4 pessoas para todo o processo (chefe de turno (manda na equipa); o operador, manobrador de pólipo de garras; eletromecânico; Fogueiro (Técnico que sabe tudo sobre fogo).

Um dos processos lá inserido é a Combustão que tem de ser feita entre os 1000-1200º aos quais 950º dos gases que vai permitir a energia entrar nas caldeiras para transformar em energia, em que, a energia mecânica passa a energia elétrica. Por isso os gases que saem da caldeira entram na fase de arrefecimento (Neutralização e filtração). Por fim os vapores de água passam para a atmosfera através da chaminé.

Também nos foi dito que na Lipor existe um aterro sanitário que funciona quando há paragem de manutenção (Limpeza de toda a instalação).

Ao finalizar a palestra vimos um breve vídeo que retratava a valorização energética da Lipor II.

Em seguida depois de toda a explicação dada pela Dr. Catarina prosseguimos para a observação de todo o processo nos explicado, desde irmos a uma sala de controlo visualizarmos como o pólipo de garras transportava os resíduos para a parte de cima, a fossa de receção/ Alimentação dos Fornos que opera em sistema semiautomático duas pontes rolantes munidas com o pólipo de garras, que, com o auxílio de um único operador, homogeneizam os resíduos e alimentam as duas linhas de tratamento com uma capacidade nominal de 24 toneladas/ hora cada uma.

A Grelha e Câmara de Combustão, que o complexo forno-caldeira de cada uma das linhas é constituído por uma grelha de combustão inclinada 26º sobre a horizontal e por uma caldeira de recuperação de calor. Esta grelha é constituída por degraus fixos e móveis que asseguram uma perfeita combustão dos resíduos a uma temperatura de cerca de 1000ºC. Este complexo dotado de queimadores auxiliares a gás natural, permite ainda a injeção de ureia na câmara de combustão, reduzindo assim as emissões de óxido de azoto.

Extração de Escórias e Ferrosos, em que as escórias resultantes da combustão de resíduos são evacuadas por um sistema extrator existente na parte final de cada uma das grelhas. Após o rápido arrefecimento, o material é transportado por um sistema vibratório, equipado com um potente separador magnético, que efetua o seu encaminhamento até ao local de armazenagem.

Tratamento de Gases, onde os gases resultantes da combustão de resíduos são depurados ao longo de um complexo sistema de tratamento semi-húmido. Os gases são submetidos à ação do carvão ativado, antes de passar pelo filtro de mangas, depurador de partículas, e ser evacuado por uma chaminé de 68 metros de altura.
 
Inertizarão de Cinzas, os produtos resultantes da depuração de gases ao longo de todo o sistema de tratamento são armazenados e posteriormente inertizados com ligantes hidráulicos numa unidade contígua à Central. Este tipo de tratamento permite assim inocular a ação de eventuais poluentes que existam no material. E por fim vimos as Ventoinhas da Central elétrica.
 
 
 

Por fim despedimo-nos da guia, agradecendo a sua paciência perante nós, a ajuda que nos deu para conseguirmos adquirir conhecimentos sobre o local. E dando fim à visita deslocamo-nos até ao autocarro e partimos para Celorico de Basto.

Conclusão:
O grupo 2 na sua opinião achou que a visita foi enriquecedora para a aprendizagem escolar porque enriquecemos o nosso conhecimento cultural, por isso achamos de que devíamos ter mais experiencias como esta.

Os aspetos que achamos mais positivos foi todo o processo dos resíduos e a maneira como os guias se desempenharam a dar-nos os conhecimentos todos que adquirimos. Desta forma, foi possível uma análise global sobre o funcionamento das instalações e a consciencialização da importância não só do tratamento mas também da valorização de resíduos.

Os aspetos que achamos mais negativos foi unicamente por vezes o mau cheiro.

Uma das sugestões do grupo em conta de futuras visitas é fazermos o percurso pedonal do parque Aventura da Lipor I, onde era o antigo aterro sanitário.  
 
Momentos de Lazer: