Relatório da Visita de Estudo –
Lipor I e Lipor II
Introdução:
No dia 27 de Novembro de 2013, a
turma Técnico de Gestão do Ambiente da escola Básica e Secundária de Celorico
de Basto, no ano letivo 2013/2014 realizaram uma visita de estudo à Lipor I e
Lipor II no âmbito da disciplina de Projetos em Ambiente e Conservação da
Natureza, acompanhados pelas professoras Rosa Pinto, Isabel Nunes e Carla
Nunes.
Esta visita de estudo teve como principais
objetivos, Conhecer o plano nacional para os RSU; Compreender os principais
processos de eliminação de resíduos sólidos; Comparar os diversos tipos de
resíduos com os tipos de tratamento; operar e gerir uma estação; Compreender e
identificar sistemas de tratamento específicos de resíduos perigosos;
Selecionar e interpretar a legislação existente; Interpretar e planificar um
sistema de gestão de resíduos sólidos; Compreender a Compostagem como parte de
uma estratégia integrada de gestão de resíduos; Conhecer o processo de
compostagem industrial; Interpretar o processo de compostagem doméstica;
Identificar os subprodutos passiveis de serem utilizados em compostagem;
Compreender o processo de fermentação aeróbia e anaeróbia; Compreender a importância
da relação C/N no processo fermentativo.
A LIPOR – Serviço
Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto é a entidade
responsável pela gestão, valorização e tratamento dos Resíduos Sólidos Urbanos
produzidos pelos oito municípios que a integram: Espinho, Gondomar, Maia,
Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde.
Constituída como Associação de
Municípios em 1982, a Lipor tem vindo a implementar uma gestão integrada de
resíduos, recuperando, ampliando e construindo infra-estruturas, complementadas
com campanhas de sensibilização junto da população.
Sabe-se que o aumento exponencial
da população humana, sofrido nas últimas décadas, tem conduzido a um consumo
intensivo dos recursos, a uma maior produção de resíduos e a uma degradação das
condições ambientais. Assim, é fundamental inverter esta situação, sem,
contudo, impedir o que desenvolvimento seja feito de forma sustentável, de modo
a permitir a qualidade de vida das futuras gerações.
É necessário poupar os vários
recursos que a Terra dispõe sabendo que estes esgotam-se se o seu consumo for
superior ao da sua renovação. Para uma melhor qualidade de vida das pessoas e
preservação do nosso planeta, cada cidadão deve contribuir para melhorar a
qualidade ambiental, praticando um desenvolvimento sustentável na gestão de
resíduos através da reutilização, reciclagem, redução e renovação evitando
assim o desperdício de resíduos. Para isso, é necessário um conjunto de
operações de recolha, transporte, armazenagem, tratamento, valorização e
eliminação de resíduos, incluindo a monitorização dos locais de descarga.
Em Portugal, a gestão dos RSU ate
finais do século XIX, baseava-se na simples recolha diferenciada e a sua
deposição em ligeiras. Em 1997 foi definido o plano estratégico para a gestão
de resíduos sólidos urbanos- PERSU, a partir dessa altura as ligeiras foram
encerradas ou convertidas em aterros e iniciou-se a recolha seletiva.
A aprovação, em 2005, no plano de
intervenção de resíduos sólidos urbanos e equiparados implicou a necessidade de
todos os resíduos serem sujeitos a operações e valorização e tratamento antes
da deposição. O plano define que os aterros se destinam, progressivamente, aos
resíduos que não podem ser sujeitos a operações de tratamento.
Atividades Desenvolvidas:
A turma pelas 08:00h da
manha deslocou-se até ao Porto, de autocarro, chegou à Lipor I pelas 09:30horas
para realizarem a visita guiada.
Em seguida a turma dirigiu-se
para uma sala onde o guia nos deu uma palestra sobre as funcionalidades da
Lipor I (centro de triagem). Começou por nos dizer o que se consegue separar e
o que não se consegue, em seguida, mostrou-nos um pequeno vídeo sobre as
instalações e o funcionamento da Lipor I, onde reparamos que a Lipor produz de
lixo por ano mais o menos 5000.
Informou-nos que todos os
resíduos que a Lipor I não separa são encaminhados para a Lipor II onde é
queimado e transformado em energia.
Em seguida depois de toda a
explicação dada fomos em direção para a instalação, onde começamos por observar
o locar onde todos os resíduos eram depositados dos vários municípios.
Esses mesmos resíduos são
transportados por um tapete rolante e vão direcionados para a linha de
separação. A linha de separação consiste em separar os vários tipos de
plásticos existentes (PEAD; Plásticos Mistos; ECAL; PET) e ainda os rejeitados
volumosos (são encaminhados para a Lipor II). Os resíduos transportados também
tem metais (ferrosos e alumínio), que são apanhados por um enorme íman, os
ferrosos vão para a máquina que prensa e tem como destino final ás entidades
próprias do material. E os metais (alumínio) vão para uma linha de separação.
Depois de observar todo esse
processo, dirigimo-nos para uma sala para observarmos como é que os operadores
de triagem separavam os resíduos. Esses operadores de triagem eram obrigados a
usar luvas de proteção, botas de proteção, fato-macaco, óculos de proteção e
auriculares de proteção.
Prosseguimos à visualização do
destino final dos vários resíduos prensados para serem transportados para a reciclagem.
Em seguida fomos reencaminhados para uma nova
guia (Emília), onde tivemos oportunidade de ver a biodiversidade envolvente à
Lipor I e em seguida visualizamos o espelho de água que serve de arrefecimento
para os túneis (18) para a compostagem. A temperatura tem de ser mais ou menos
75º porque se for superior mata os micróbios lá inseridos.
Também tivemos oportunidade de
ver o processo da compostagem que tem como objetivo minimizar a quantidade de
resíduos depositados em aterro, em especial a fração valorizável, evitando ou
reduzindo os potenciais efeitos negativos sobre o ambiente e os riscos para a
saúde pública, a LIPOR I desenvolveu um sistema de gestão integrada de resíduos
sólidos que incorpora: Centro de Triagem de Materiais; Central de Valorização
Energética; Central de Valorização Orgânica e um Aterro Sanitário
Intermunicipal.
A Compostagem também tem 7 etapas
nas quais são: Receção; Tratamento Mecânico, Primário e Secundário;
Alimentação e descarga dos Túneis; Compostagem; Afinação; Maturação;
Armazenamento, Ensacagem e Peletização.
De seguida dirigimo-nos
para uma sala de controlo onde visualizamos todo o processo da Compostagem
industrial e o seu funcionamento
Com isso tudo do processo da
Compostagem instalado na Lipor vimos o produto final- Composto.
Para finalizar a visita da Lipor
I acabamos com uma fotografia de grupo.
Dirigimos para o autocarro e
fomos almoção ao Mar shopping. Por volta das 14h:25 chegamos à Lipor II
(Funciona desde 2000), onde fomos recebidos no Auditório pela Dra. Catarina
Ribeiro que nos apresentou de forma simples e concisa todo o processo de
recolha, tratamento e valorização energética dos resíduos sólidos urbanos, da
região do Grande Porto. Após este primeiro contacto com o processo de produção
de energia elétrica, tivemos a oportunidade de ouvir a explicação de todas as
fases deste procedimento tais como fossa de receção, forno, caldeira, turbinas
e alternador, fossa de escórias e finalmente o aterro.
Na Lipor queima-se os resíduos,
aproveitando-se do calor (energia calorífica) dando valor aos resíduos
(valorização energética).
A Central trabalha 24horas sobre
24horas, 7 dias por semana, produzindo cerca de 3800-4000mil/kg por ano.
Durante a noite funciona uma equipa de 4 pessoas para todo o processo (chefe de
turno (manda na equipa); o operador, manobrador de pólipo de garras;
eletromecânico; Fogueiro (Técnico que sabe tudo sobre fogo).
Um dos processos lá inserido é a
Combustão que tem de ser feita entre os 1000-1200º aos quais 950º dos gases que
vai permitir a energia entrar nas caldeiras para transformar em energia, em
que, a energia mecânica passa a energia elétrica. Por isso os gases que saem
da caldeira entram na fase de arrefecimento (Neutralização e filtração). Por
fim os vapores de água passam para a atmosfera através da chaminé.
Também nos foi dito que na Lipor
existe um aterro sanitário que funciona quando há paragem de manutenção
(Limpeza de toda a instalação).
Ao finalizar a palestra vimos um
breve vídeo que retratava a valorização energética da Lipor II.
Em seguida depois de toda a
explicação dada pela Dr. Catarina prosseguimos para a observação de todo o
processo nos explicado, desde irmos a uma sala de controlo visualizarmos como o
pólipo de garras transportava os resíduos para a parte de cima, a fossa de
receção/ Alimentação dos Fornos que opera em sistema semiautomático duas
pontes rolantes munidas com o pólipo de garras, que, com o auxílio de um único
operador, homogeneizam os resíduos e alimentam as duas linhas de tratamento com
uma capacidade nominal de 24 toneladas/ hora cada uma.
A Grelha e Câmara de Combustão,
que o complexo forno-caldeira de cada uma das linhas é constituído por uma
grelha de combustão inclinada 26º sobre a horizontal e por uma caldeira de
recuperação de calor. Esta grelha é constituída por degraus fixos e móveis que
asseguram uma perfeita combustão dos resíduos a uma temperatura de cerca de
1000ºC. Este complexo dotado de queimadores auxiliares a gás natural, permite ainda
a injeção de ureia na câmara de combustão, reduzindo assim as emissões de
óxido de azoto.
Extração de Escórias e Ferrosos,
em que as escórias resultantes da combustão de resíduos são evacuadas por um
sistema extrator existente na parte final de cada uma das grelhas. Após o
rápido arrefecimento, o material é transportado por um sistema vibratório,
equipado com um potente separador magnético, que efetua o seu encaminhamento
até ao local de armazenagem.
Tratamento de Gases, onde os
gases resultantes da combustão de resíduos são depurados ao longo de um
complexo sistema de tratamento semi-húmido. Os gases são submetidos à ação do
carvão ativado, antes de passar pelo filtro de mangas, depurador de
partículas, e ser evacuado por uma chaminé de 68 metros de altura.
Inertizarão de Cinzas, os produtos resultantes da depuração de gases ao longo de todo o sistema de tratamento são armazenados e posteriormente inertizados com ligantes hidráulicos numa unidade contígua à Central. Este tipo de tratamento permite assim inocular a ação de eventuais poluentes que existam no material. E por fim vimos as Ventoinhas da Central elétrica.
Por fim despedimo-nos da guia,
agradecendo a sua paciência perante nós, a ajuda que nos deu para conseguirmos
adquirir conhecimentos sobre o local. E dando fim à visita deslocamo-nos até ao
autocarro e partimos para Celorico de Basto.
Conclusão:
O grupo 2 na sua opinião achou
que a visita foi enriquecedora para a aprendizagem escolar porque enriquecemos
o nosso conhecimento cultural, por isso achamos de que devíamos ter mais
experiencias como esta.
Os aspetos que achamos mais
positivos foi todo o processo dos resíduos e a maneira como os guias se desempenharam
a dar-nos os conhecimentos todos que adquirimos. Desta forma, foi possível uma
análise global sobre o funcionamento das instalações e a consciencialização da
importância não só do tratamento mas também da valorização de resíduos.
Os aspetos que achamos mais
negativos foi unicamente por vezes o mau cheiro.
Uma das sugestões do grupo em
conta de futuras visitas é fazermos o percurso pedonal do parque Aventura da
Lipor I, onde era o antigo aterro sanitário.
Momentos de Lazer: